sexta-feira, 3 de junho de 2016

Expresso depresso

Havia guerra, havia sangue
tudo obscuro, lhe amedrontava
não havia nada que lhe fazia mudar,
culpava tudo, talvez o mundo o fazia chorar,
nada o prendia, o que fazia...

Madrugada, imerso em seus assombros,
dedicando-se as fantasias,
já não conseguira dormir,
o relógio apitava mais uma hora passava,
nada havia e nem sabia o que traria aquilo outra vez.

Dedicava-se a encontrar o que lhe teria feito aquilo,
mas não podia, aquilo existia e ninguém sabia,
nem mesmo ele poderia saber,
disfarçava, quem sabe passa?
Continuou madrugada a dentro,
dias a fio, nada mudou, nem mesmo ele.

Nada desejava, já não argumentava,
aquela situação lhe imposta foi consentida,
havia de aceitar e rememorar de que
a grande madrugada é longa aos olhos
que não enxergam o amanhã.

-"Sinto sua falta, sinto falta de ser quem sempre fui."

domingo, 3 de janeiro de 2016

A tela cinza


Nesse grande espetáculo
esquecemo-nos de que somos os protagonistas
inerte a tela da qual chamamos de vida.
Há de ser assim?
Tão cinza e decrépita?
Escrita por outros autores?
Não, não há!
Grite, grite até não ter voz,
chore, chore muito,
sinta, não pela metade, sinta verdadeiramente,
sorria, sem motivos aparentes, sorria!
Veja, essa tela fora imposta a ti,
tire o máximo disso!
Faça dela a grande orquestra
onde tu seja o Maestro!

segunda-feira, 23 de novembro de 2015

A honesta mediocridade

Young Poe ilustração de J Wély
Um medíocre autor que afoga seus pensamentos em letras que preenchem palavras as quais são vazias, tornam-se vazias, a escrita vulgar e deslinearizada, a junção de ódio e a companhia de outros sentimentos vulgares o tornam vago. Mas, e por qual razão não ser?
Ora, lhe explico, a casualidade e as tomadas irredutíveis de erros e a persistência no acaso o tornam assim, amargo,diria...
Veja, a escrita é devassa,  é deste meio, que eu, o autor, amargo, lhe olho, analiso-te enquanto tu passeia os olhos pelas minhas palavras, permita, sem razão aparente, analisar-me e assim lhe vejo como nunca alguém havia visto.
Não há razão na escrita, há apenas o ínterim moral da libertação do ser, não há compreensão, não há motivação, há apenas a liberdade e esta não me podem roubar!Tentam, mas meu ser não permite, leve-me tudo, no entanto me guarde a voz. Deprimem...Mas, não lhes dou ouvido, talvez seja repugnante, no entanto, observe, você está cercado!
Não há senão o amor outrora deteriorado, mas nunca esvaído por tudo isto que remonta meu ser.
*um rascunho perdido, ao qual dedicarei alguns minutos posteriormente...

domingo, 22 de novembro de 2015

O incompreendido espírito corrompido

Westminster(1878) de Giuseppe De Nittis
Dilemizando a incompreendida razão de viver,
Coberto por dúvidas de um espiríto corrompido,
Vivendo a morte e o eterno nascer,
Perdendo-me...Diga como é viver?
Aos 18 sinto a eterna dor do nascer,
A incomensurável morte soturna...
Grito!grito!
Até que minha voz se perde...
Minha vontade se esvai,
E no fim, só me resta escrever...

domingo, 18 de outubro de 2015

A síntese do real

Velejando sob o iluminado céu estrelado
Encontro-me perdido novamente
Já não há mais esperanças
A sofreguidão apoderou-se do meu ser.

Cruzando oceanos de tormentas
Enfrentando o surpreendente desconhecido
Avisto terra, sim, terra!
Mas, meu ser não suporta a ideia de mudar,
De encontrar algo real.
Escondo-me, afogo-me, surpreendo-me.
E novamente estou perdido nesse mar...
Esperando o dia, para apoderar-se da terra.

segunda-feira, 12 de outubro de 2015

A beleza do natural


Vive-se constantemente procurando a felicidade, o amor,
No entanto, tais sentimentos são vazios aos olhos do ignorante,
A felicidade só existe quando há a comunhão do ser com o belo e sublime do natural.
O belo e sublime do natural, é o raiar do dia, o escurecer, a lua cheia,
Gotas de orvalho em uma manhã de primavera, são dias melancólicos de outono.
O belo e sublime é simples e acessível a todos os que vivem a vida.
Quando a beleza do natural se torna real, não há a necessidade de mais nada.

A vida se torna completa e o ser se torna único com o ambiente.

Primordialidade do ser


Razão x Emoção
Inimigos?
Existe a máxima de que agir racionalmente é o oposto da ação emocional, mas isto é contraditório, é vago,
os seres trabalham racionalmente para que se sintam melhores, para que faça aqueles que detêm tua atenção
felizes, portanto a razão e a emoção não são meros adversários, mas companheiros, que em poucas ocasiões 
há necessidade de separar-se, tornando a razão, e a emoção, dois amantes, aos quais sente-se a conveniência
de passarem alguns dias na solidão do ser...